Na quinta-feira começou a conferência propriamente dita. Sob o ponto de vista prático (credenciamento, brindes, coffee-breaks, etc) tudo correu bem, só posso elogiar a organização, e então começaram as palestras. Nesse dia assisti à 4 palestras e corri falei com muita gente, vamos lá.
Martin Fowler
O keynote do Martin Fowler - cientista chefe da Thoughtworks, ou melhor, as três mini-palestras que ele deu, foram legais, ele é um bom orador e o conteúdo era bastante relevante, mas quem acompanha o blog dele há algum tempo (você acompanha, certo?) não hou nenhuma surpresa ou novidade. O mais interessante é o modo como ele organiza e apresenta os conceitos, mas mesmo assim foram tópicos mais ou menos básicos. O segundo talk, sobre Débito Técnico foi bem interessante, e você pode ler mais sobre o assunto nesse post do blog dele, não se esqueça de ver o link sobre Design Payoff.
Alisson Vale
Na sequência pretendia assistir ao workshop de planejamento de releases do Philippe Kruchten, mas quando cheguei a sala já estava lotada. Em todo caso me disseram que foi legal. Voltei ao auditório principal e assisti à minha segunda opção (eventos com várias tracks tem algumas vantagens), a palestra “Kanban: Em busca de um ritmo sustentável” do Alisson Vale.
A palestra foi bem legal, ainda que básica. O que mais valeu para mim foi conhecer a Limited WIP Society, que é um grupo que discute o uso de Kanban aplicado ao desenvolvimento de software, e o site deles tem várias informações interessantes, incluindo uma lista de ferramentas para Kanban eletrônico, um dos mais interessantes me pareceu o flow. Outra coisa legal que ele mostrou foram alguns fluxos alternativos, para “situações avançadas”, uma pena que ele só pode passar rapidamente por eles. Kanban é um assunto muito interessante e acho que vale alguns posts só sobre ele, mas só depois que eu estudar mais o assunto :)
David Hussman
Depois do almoço no Panorama (um big restaurante dentro do próprio prédio, recomendo) assisti à palestra do David Hussman da DevJam, “Produtos e Pessoas sobre Processo e Dogma”, que foi a mais legal do evento. Nem tanto porque o conteúdo era inédito, mas sim porque ele é uma figura, muito divertido, e concordo com os conceitos que ele apresentou. O ponto alto foi quando ele apresentou a Dude’s Law, que define que o valor de uma técnica qualquer é dado por:
Value = Know Why / Know How
Nesse caso o valor da técnica aumenta quando sabemos melhor o porque ela é necessária/útil e não só por sabermos executá-la. Se você viu as últimas palestras do Akita vai notar que ele fala exatamente a mesma coisa, exceto pela fórmula, o nome da lei e o desenho engraçado, mas o conteúdo é o mesmo.
Com base nisso ele falou que o ideal é não transformarmos as metodologias, ágeis ou não, e suas técnicas em dogmas, devemos entender claramente seu valor antes de utilizá-las e só utilizá-las porque tem valor, não porque alguém disse que tem que ser assim. Voltando ao Akita, recomendo ler o último artigo que ele escreveu para o Gestão 2.0, que também trata desse assunto.
Outra coisa bacana que ele falou foi sobre o Checklist Manifesto, criado por Atul Gawande, que eu já havia ouvido falar pelo blog do Joca, mas na época não parei para ler com cuidado ou considerar com a devida atenção. Vou caçar mais informações e ler mais sobre o assunto para voltar a falar aqui.
Manoel Pimentel
Na sequência, assisti à palestra do Manoel Pimentel, do Visão Ágil, “Coaching para Liderança de Equipes Ágeis”. Foi legal, o Manoel é um bom orador e esclareceu algumas dúvidas que tinha em relação à coaching. Uma coisa legal é que ele comentou sobre o uso da técnica dos 6 Chapéus do Pensamento, criada por Edward De Bono na década de 80, como uma ferramenta de facilitação para tomar decisões, fazer discussões e etc. Eu descobri essa técnica há algum tempo através da Bluesoft e do próprio Visão Ágil, e temos utilizado a técnica nas retrospectivas da equipe e tem ajudado bastante. Já cheguei a fazer algumas apresentações sobre o tema e pretendo revisitar o tema em breve.
Fim do dia
Depois de todas essas palestras eu estava exausto e meio gripado, então fui tomar um ar. Entre as palestras, no almoço e nos coffee-breaks eu consegui conversar com várias pessoas e revi vários camaradas, como o povo da Thoughtworks Brasil, do .NET Architects, da Stefanini, da Bluesoft e o Thiago da Inspira, onde fiz um workshop sobre Ruby e Rails no ano passsado.
No geral foi um bom dia, bastante proveitoso, só que acabei destruído.